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Boletim do GPI nº2 - mar 2015

Boletim do GPI

Número 2 - março de 2015

Periodicidade trimestral


Nota editorial
No dia 21 de março assinala-se o dia internacional da luta pela não discriminação racial. Por esta razão, o GPI assinala este dia com o lançamento do seu boletim nº 2, no qual apresenta conteúdos relacionados com este tema: duas respostas para a inclusão e um testemunho na 1ª pessoa de uma emigrante ucraniana. Excecionalmente, e porque assim se proporcionou, apresentamos um 2º testemunho de uma nossa estudante, enriquecendo as experiências relatadas neste boletim. Partilhamos ainda três iniciativas em que o GPI participou e oferecemos uma sugestão de leitura irresistível.
Se tiver alguma sugestão de temas que gostaria de ver abordados neste espaço, não deixe de nos escrever!
 
Duas respostas de apoio à inclusão


Espaço T Associação para Apoio à Integração Social e Comunitária

Nas palavras do seu diretor, Jorge Oliveira: ?O que o Espaço T faz há 21 anos é integrar pessoas com problemas, sejam eles quais forem, através da arte. A arte ajuda-nos a libertar as emoções, a sermos mais felizes, mais capazes e acima de tudo podermos crescer enquanto pessoas?.
?Temos que fazer mais bonita a nossa vida enquanto existimos? é a missão deste espaço, em que o T significa todos e onde a discriminação não está presente.
Os seus objetivos podem resumir-se desta forma: por um lado, trabalhar as pessoas de modo que se possam sentir mais integradas e, por outro, trabalhar a cultura do Espaço T junto dos públicos diferenciados, ou seja, fazer com que a sociedade aceite a diferença. Este segundo objetivo é promovido através de espetáculos de teatro, dança, colóquios e atividades culturais em que os alunos são os protagonistas.

O Espaço T possui várias valências e delegações. De entre as suas valências, destacam-se: um departamento lúdico-terapêutico que desenvolve atividades de teatro, fotografia, pintura, dança, jornalismo, educação física, Tai-Chi-Chuan, entre outras; formação profissional; um departamento de emprego; o projeto designado ?O meu país no teu?, o qual promove a integração de emigrantes, que fazem e expõem arte como forma de se sentirem mais integrados.

De destacar ainda a Revista espaço com(tacto), feita pelos alunos, atualmente de periodicidade anual, sendo que em 2015 sairá em maio e o tema será a emigração. Está disponível em vários suportes acessíveis.

Pastoral Universitária de Braga

A Pastoral Universitária de Braga é um departamento da Diocese de Braga que se encontra ao serviço das academias situadas no espaço geográfico da Arquidiocese. Tem como objetivo sensibilizar os alunos, funcionários, docentes e investigadores para a mensagem de Cristo dentro do espírito eclesial, propondo um diálogo sério entre fé e cultura.
Neste sentido, e ao longo do ano letivo, são várias as atividades, projetos e missões que a PUB promove para todos os que estão, direta ou indiretamente, ligados às academias, tais como: projetos de voluntariado, encontros de oração, retiros, encontro de estudantes, caminhadas, tertúlias, fóruns, entre outras atividades. Destaque ainda para o projeto Sementes (missão em Cabo Verde), projeto CriArte assim, como o projeto Mais Saúde, que recentemente iniciou.
A Pastoral Universitária de Braga (PUB) desenvolve também um trabalho de proximidade no apoio pessoal e social a estudantes universitários, destacando-se o apoio aos estudantes provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor.
Tendo-se confrontado com algumas situações de verdadeira emergência social e humana, a Pastoral Universitária e a associação Fazer Mais, com o apoio do ACM (Alto Comissariado para as Migrações), implementaram o Mais Integração, projeto financiado pelo ACM, I. P. no âmbito do Fundo Europeu para a Integração de Nacionais de Países Terceiros (FEINPT), destinado àqueles estudantes.
Este projeto tenta contribuir para uma melhor integração dos estudantes, a nível académico, social, cultural e pessoal, proporcionando-lhes momentos de interação, intercâmbio e partilha que lhes permitam sentir-se mais seguros e confiantes no propósito que os traz às universidades portuguesas, atenuando o distanciamento da Pátria, da família e do seu contexto vivencial, em que a língua é o único fator comum, mas que levanta, ainda assim, dificuldades particulares. Por esta razão já estão a organizar o 2º curso de Língua Portuguesa.
De acordo com Orlando Costa, coordenador do GAEUPT (Gabinete de Apoio ao Estudante Universitário dos PALOP e de Timor), os estudantes universitários provenientes destes países enfrentam exigências académicas a que não estavam habituados e trazem com eles dificuldades de foro económico e também relacional, resultado das diferenças sócio culturais. Assim, considera que este tipo de apoio não é fácil, quer pela dificuldade que mostram em se inserirem e adaptarem à cultura portuguesa, quer pela dificuldade que a sociedade ocidental tem de acolher as diferenças étnicas, culturais e religiosas.

Iniciativas de destaque

Neste primeiro trimestre do ano, destacamos três iniciativas realizadas:

- uma formação solicitada pelo Núcleo de Estudantes em Educação Básica, sob o título ?Alunos com deficiência no Ensino Básico: Necessidades e formas de apoio?, cuja 1ª sessão decorreu no dia 4 de março, tendo incidido sobre as deficiências sensoriais (visuais, auditivas e mistas ou surdocegueira);
- participação com um stand do GPI na primeira edição da 4U Minho - Feira de Oferta Educativa e Formativa da Universidade do Minho, realizada nos dias 13 e 14 de março de 2015, no Parque de Exposições de Braga (PEB);
- a comunicação no Seminário ?Inclusão/integração de públicos diversificados no Ensino Superior?, no dia 20 de março no Instituto de Educação da UMinho.
Este evento decorreu no âmbito do projeto Pensar e Partilhar Práticas de Qualidade no Ensino Superior, financiado pela FCT em colaboração com a DGES, a Universidade de Aveiro, em associação com outras instituições que colaboram no projeto (ESE de Santarém, Universidade Aberta, Universidade de Lisboa e Universidade do Minho), promovendo-se um ciclo de cinco sessões dedicadas à reflexão sobre boas práticas, a decorrer entre fevereiro e abril de 2015. A UMinho acolheu a terceira destas sessões.

 Dois testemunhos na 1ª pessoa

Lyudmyla uma Ucraniana entre nós*

No próximo mês de setembro completam-se 14 anos que emigrou para Portugal. Veio de Kherson, uma cidade ao Sul da Ucrânia, muito mais quente e também menos segura do que Braga, na opinião de Lyudmyla. Aqui sente-se à vontade para caminhar à noite, o que não acontecia na sua cidade. Encontrou também um povo que lhe parece mais aberto e mais alegre.
Três meses antes, já havia vindo o filho mais novo, trazendo na bagagem um curso profissional de pintor-estucador e Lyudmyla um Curso profissional de contabilidade. A decisão de emigrar para um país da Europa, tal como aconteceu a outros que conheciam, decorreu, por um lado, da dificuldade em conseguir trabalho e, por outro, do pouco que se ganhava para o muito que era exigido.
No seu país de origem, começou por trabalhar na contabilidade de uma empresa de camiões, e nos últimos anos era operária numa fábrica de chocolates. Aqui, trabalha para a empresa que trata da limpeza da Universidade.
Quando chegaram não tinham nada, nem sequer trabalho em perspetiva. Por isso, arranjaram-se como puderam num apartamento partilhado com mais cinco pessoas. Esteve um ano a dormir no chão, meses a tratar de vistos e autorizações, a socorrer-se das ?máfias? destes meandros, pagando bem para conseguir cada uma das coisas de que precisavam. Felizmente, sente que os portugueses gostam de ajudar, pois foram várias as vezes que uma mão lhes foi estendida. Exemplo disso foi quando o filho e outros trabalhadores emigrantes de uma fábrica não estavam a ser pagos e, uma senhora que os ouviu insurgir-se contra o patrão, juntou várias colaborações para garantir alguma subsistência.
Entretanto, a vida foi melhorando e puderam, gradualmente, adquirir pequenos bens que tornassem mais fácil o seu dia-a-dia.  

Todos os anos visitam a família e a sua cidade de origem. Se voltará para a Ucrânia, ainda não decidiu. Atualmente o filho está em França com a esposa, Lyudmyla está cá sozinha, a idade avança, tem agora 57 anos e a saúde não ajuda no trabalho. A reforma não tardará assim tanto e, quem sabe, as coisas poderão melhorar por lá?

*texto elaborado a partir de entrevista pessoal.

"Artrite Reumatoide??

Lavar os dentes, abrir uma garrafa de água, pentear o cabelo, tarefas que parecem simples e podem ser muito complicadas para um doente com artrite reumatoide. Esta é uma doença inflamatória crónica articular que, em fases mais agudas, nos impede de realizar movimentos simples como os anteriormente mencionados.
Não nasci assim, sempre fui uma amante de desporto, joguei voleibol federado desde que tenho memória, aos 17 anos, e ainda sem diagnóstico, abandonei a prática da modalidade. Mas não desisti, tirei um curso de arbitragem.
Os diagnósticos de doenças autoimunes, são geralmente muito demorados, a incerteza é dura. Foram anos de espera repletos de avanços e recuos, mas foram anos que nunca irei esquecer. A minha família uniu-se e mostrou-me que independentemente de tudo, estariam lá. E saber que temos as pessoas de quem gostamos ao nosso lado dá-nos toda a força de que precisamos. Os meus amigos foram incansáveis e os meus professores fenomenais.
Neste momento é tudo melhor, a minha doença tem nome (sim, eu sei que pode parecer estranho, mas é uma sorte ter uma doença com nome!), tomo medicação e felizmente estou estável. Há pouco tempo pude voltar a fazer desporto, que maravilha!
O apoio das pessoas que nos são próximas é indispensável, tenho 20 anos e aprendi a aceitar que há dias em que a minha mãe me tem que ajudar a comer, isso não faz de mim uma pessoa menos capaz, as coisas acabam por resolver-se.
Nestes anos mais instáveis da minha vida, envolvi-me em atividades que me enriqueceram, o voluntariado pode ser o ato mais altruísta que podem imaginar, aprendemos a relativizar os nossos problemas e terminamos o dia com a sensação de que fizemos alguma coisa para deixar o mundo melhor.
Há melhor sentimento do que esse?
Termino este testemunho agradecendo ao GPI todo o apoio que me deram e continuam a dar na minha inserção no Ensino Superior e à Direção da Licenciatura em Economia, sem o seu contributo, a minha passagem pela Universidade do Minho seria muito dificultada.
São pessoas assim, que se entregam às causas de corpo e alma, que fazem falta na nossa sociedade.
Obrigada!"

Helena Alves

Sugestão do trimestre

Título: Para a Minha Irmã
Autora: Jodi Picoult
Dados da Edição: Civilização Editora, Porto, 2005.
Título original: My Sister's Keeper

A autora apresenta-nos um drama de suspense, romanceado, que nos leva a refletir sobre o que poderá ser mais correto ou mais errado quando se trata de se salvar um filho com uma doença que pode ser fatal, sacrificando, para isso, a vida de outro.
Para aguçar a curiosidade dos possíveis leitores, transcreve-se a contracapa do livro: Anna não está doente, mas bem poderia estar. Aos treze anos de idade já passou por várias operações, transfusões e injecções para ajudar a irmã, Kate, que sofre de leucemia. Anna nasceu com esta finalidade, disseram-lhe os pais, e é por isso que eles a amam ainda mais.
Mas agora ela não pode deixar de se questionar sobre como seria a vida dela se não estivesse presa à irmã... e toma uma decisão que, para a maioria das pessoas da sua idade, seria quase impensável.

Errata do artigo publicado na Plural & Singular

A Plural & Singular entrevistou a responsável do GPI, para o artigo ?A inclusão no ensino superior: realidade ou miragem??, publicado na sua edição de março, sendo que uma das questões dizia respeito ao número de novos alunos que recorreram ao GPI no presente ano letivo, pelo que indicamos apenas o número que nos estava a ser solicitado. Porém, a informação foi apresentada de forma incorreta. Assim, onde se lê ?Este ano letivo de 2014/2015 recorreram ao Gabinete para a Inclusão (GPI) da Universidade do Minho 26 pessoas??, deveria ser dito 26 novas pessoas. A título informativo, indicamos que o número total de utentes deste serviço, no momento, é de 112. 
 
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